
Cavaleiros do Zodíaco, Naruto, Samurai X, Pokémon, Dragon Ball, Yu-Gi-Ou, Digimon, Salor Moon... Todos nós já ouvimos falar de pelo menos um deles. Os desenhos animados japoneses, chamados animês, se tornaram uma febre aqui no Brasil e muitos deles têm uma versão em mangá.
Apesar do mangá ser uma história em quadrinhos, é muito diferente das HQs comuns, a começar pelos olhos enormes dos personagens, a abordagem violenta, dramática e sexual dos roteiros e pelo enredo fantasioso. “O mangá é bem diferente do gibi, ele fala de muitas coisas, mas principalmente da cultura japonesa; se lê de trás para frente e os desenhos são em preto e branco”, diz Vagner Domingues, fã de mangá e animê.
O mangá possui diversos estilos. Os mais comuns são: o kodomo, feito para crianças, que são histórias mais simples e engraçadas; o Shonen, criado para meninos, no qual os enredos são baseados em sexo, brigas e esportes; o shojô, é voltado para meninas e mostra aventuras mescladas com dramas amorosos e o gekiga, direcionado aos adultos, aborda temas mais dramáticos e realistas.
No Brasil, o primeiro animê a fazer sucesso foi o “Cavaleiros do Zodíaco” que começou a ser exibido em 1994, pela extinta Rede Manchete, atual Rede TV. Já o mangá começou a virar febre no Brasil em 2000 com o lançamento dos títulos e “Dragon Ball” pela editora Conrad (que é a antiga Sampa)e “Samurai X” e “Cavaleiros do Zodíaco”, pela editora JBC.
A palavra mangá foi criada a partir da junção de duas expressões japonesas, o “man“, que significa humor, e “gá”, que quer dizer imagem, ou seja, traduzindo literalmente seria, “desenho engraçado” e foi usada pela primeira vez em 1814, por Katsushita Hokusai, para batizar uma coleção de gravuras, a “Hokusai Manga”.
O GRANDE CRIADOR
A forma atual do mangá só surgiu após a Segunda Guerra Mundial, pelas mãos de Osamu Tezuka que, aos 17 anos, influenciado pelos desenhos de Max Fleischer (criador da Betty Boop e do Popeye) e por Walt Disney, publicou uma tira no jornal Shokokumin Shimbun, em Osaka, chamada Ma-chan no Nikki (O Diário de Ma-chan) e aos 18, publicou o seu primeiro mangá, Shin Takarajima (Nova Ilha do Tesouro) que o tornou famoso. Após esse sucesso, publicou diversos outros títulos que o consagraram ainda mais e até hoje é considerado o pai do mangá.
“Alguns pesquisadores afirmam que a origem do mangá é do século XII, outros consideram que surgiu com a influência dos jornais ilustrados ingleses, no final do século XIX. Mas o mangá moderno, como nós conhecemos, foi desenvolvido por Osamu Tezuka, no final da década de 1940”, afirma Roberto dos Santos, 51 anos, pesquisador de histórias em quadrinhos.